sábado, 24 de abril de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=51O__ElvKjU

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ontem o mau humor foi enfim louvado
um tal de cientista estudou o seu acaso
constatou que os carrancudos devem ser valorizados
disse que quem pensa quando down por todo sempre será lembrado




Dos pobres de espírito


Pobres coitados e sofredores

Que fazem de notas de excremento

A priori de suas almas nefastas

Sedentos pelo pouco

Carentes do muito

Errantes construtores

Ostentando seus arranha-céus desmatadores

Do suor de seus rostos

Compram seus pães,

Seus luxos e devaneios

E embebedam-se em frívolos prazeres

Supérfluos e inúteis!

Amantes sem causa!

Traidores de si mesmos!

Correm com seus carros

Perdem olhares

Fogem,

Somem,

Esquecem-se.

quinta-feira, 1 de abril de 2010


tenho saudade 

daquela idade de guri

sentado em baixo da pitangueira

olhando o dia passar

as horas não tinham pressa

e eu nada tinha a decidir


como era bom brincar de qualquer coisa

não fazer nada e depois descansar

andar na praça

tomar sorvete até estourar

morrer de medo do escuro

homem do saco e boitata


ah, mas que saudade!

agora é tarde para lamentar

quando criança sonhava ser grande

e agora eu quero voltar


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ontem

Parece que foi ontem que o vi. O velho rabugento bebia um vinho qualquer e esperava.
Seus ouvidos surdos não davam a atenção devida pelo que se passava.
Jazz, tzz, tzz, tzz, tzz.
Olhava, mas nada via.
Respirava, mas nada sentia.
Acendeu um cigarro.
Jazz, tzz, tzz, tzz, tzz.
O garçon cantava uns palpites falsos enquanto a banha de seu rosto escorria.
Jazz, tzz, tzz, tzz, tzz.
De repente, junto com vento, alguém chegou. Não era somente alguém, e ele sabia disso. Como o velho havia esperado por aquele momento!
Eu vi os abraços, as desculpas e os afetos do velho para com ela. Então, pedi a conta e nada mais quis saber.